O GESA- Grupo de Estudos em Solos Agrícolas, promoveu mais uma viagem técnica em parceria com AP Bambuí no dia 13 de Março de 2010. Os alunos tiveram a oportunidade de conhecer a Fazenda São Félix, localizada no município de Iguatama – MG, de propriedade do Senhor Osvaldo Corso, considerada uma Fazenda modelo na área de plantio direto em solos de Cerrado.
Os alunos do GESA foram acompanhados pela Professora Dra. Sheila Isabel do Carmo Pinto (IFMG-Campus Bambuí) e o Engenheiro Agrônomo Paulo Sérgio de Castro (AP Bambuí). O Sr. Osvaldo Corso recepcionou o Grupo de Estudos com grande alegria e pode passar um pouco de sua experiência para os presentes. Ele disse que sempre gostou de andar pelo Brasil e trabalhar com culturas agrícolas, especialmente cereais.
O Sr. Corso trabalha a mais de 15 anos com plantio direto na Fazenda São Felix. Ele afirma que quando veio de Goiás, queria comprar terras de cerrado que fossem possíveis de serem trabalhadas com maquinário agrícola, ficou sabendo na época de terras na região de Bambuí e veio em busca de novos desafios. Ele contou que naquela época as terras de cerrado eram comercializadas por preços muito inferiores em relação a outros lugares, devido a fertilidade de solos naturalmente pobre nestas áreas, portanto, ele vendeu suas terras em Goiás e comprou grande quantidade de terras em Minas Gerais, na região de cerrados de Iguatama.
Atualmente a Fazenda possui uma extensa área, com mais de 2 mil hectares, com cinco pivôs centrais e produzindo durante o ano inteiro, as culturas mais plantadas são milho grão, soja, feijão e sorgo. Além do plantio direto, a fazenda se destaca pela estrutura física, maquinários e equipamentos em geral.
Utiliza em suas áreas os sistemas de bolsões para a retenção de água no solo advindas das chuvas ou de irrigação para otimizar o uso da água. “Depois que começamos com o plantio direto, temos água sobrando na propriedade” – afirma o Sr. Corso, mostrando os benefícios do Plantio Direto, que além de preservar o solo de compactação, erosão, auxiliar na disponibilidade de nutrientes através da construção de perfil com matéria orgânica, auxiliar na estruturação física do solo, entre outras, tem preservado também a água e a sua qualidade, relatando até mesmo o aparecimento de minas de água no meio das lavouras.
Os alunos tiveram a oportunidade de conhecer áreas experimentais da fazenda, o sistema de formação de palhada, campos de semente de Brachiaria, lavouras de milho, soja no ponto de colheita e soja safrinha. Segundo o Engenheiro Agrônomo Paulo Sérgio de Castro, a fazenda do Sr. Corso vem ganhando cada dia mais em produtividade e qualidade, visto que o proprietário está sempre inovando, acompanha as tendências de mercado, realiza diversos ensaios na propriedade com variedades de soja, híbridos de milho de várias empresas, produtos de controle fitossanitários, manejo de adubação, entre outros.
“Chegamos a produzir mais de 180 sacos de milho por hectare na safrinha” – Afirma o Sr. Osvaldo Corso.O sucesso desta empresa familiar que se tornou modelo no Brasil se deve a longos anos de experiências e adaptações, sempre com investimentos em novas tecnologias em busca de grande produtividade.
A fazenda fica localizada em um ponto estratégico, próximo do município de Iguatama, áreas de cerrado compostas principalmente por Latosolos Vermelhos, de fácil acesso a Indústrias de exploração de calcário e fertilizantes, trabalha com aplicação de gesso agrícola no sistema “AP Cereais”, plantio de milho Bt com as proteínas Cry 1Ab e Cry 1F , soja Roundup Ready®, sistema de plantio “Santa Fé” e de acordo com o Engenheiro Agrônomo Paulo Sérgio de Castro, pretende começar alguns ensaios com adubos verdes em busca de alternativas para composição de palhadas e para evitar o surgimento de nematóides na área pelo uso constante de Brachiária e outras culturas suscetíveis.
Inúmeros produtores do país e do exterior já foram conhecer a fazenda do Sr. Osvaldo Corso e o GESA mais uma vez contou com o apoio da AP Bambuí e do IFMG sempre em busca de realizar esta extensão de conhecimento e levar o aluno, da sala de aula para o contato direto com a realidade de trabalho, conhecendo produtores rurais e profissionais da área, sempre com o intuito de trocar conhecimentos em prol de um desenvolvimento agrícola, uma vez que os alunos tem estas oportunidades de estarem intimamente ligados as diferentes tecnologias e visões adotadas pelos produtores do centro oeste mineiro.